Cariocas no Canadá

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Engenheiros e o Nord-Est do Quebec



Olá colegas engenheiros que pretendem imigrar para o Quebec,
Achei que deveria falar um pouco do que venho vendo por aquí ;vou procurar ser breve e objetivo.
Tornei-me membro Jr da ordem em janeiro deste ano após conclusão da primeira ( e mais longa ) parte do processo de equivalência...
Antes de mais nada , cada caso é um caso e o que deu certo para um não vai necessariamente funcionar para outros e vice versa.
Não existe caminho mais rápido por aqui. Seja no norte ou em outra região.
Tem quem pense e diga que vindo pra cá as coisas podem ser mais fáceis,mais rápidas,etc..
Não concordo.

Se forem pesquisar verão que existem vagas anunciadas sim, porém , de modo geral as empresas ainda buscam profissionais com experiência específica em determinadas áreas tendo casos em que as vagas ficam abertas muito tempo enquanto as empresas esperam o candidato ideal .

Profissionais recém formados ou com pouca experiência tem tido mais dificuldade em conseguir a primeira oportunidade nas cidades maiores ( Isso é um fato que ocorre em todo o Canada conforme dados oficiais ).
Deixo claro que não recebí outra proposta como engenheiro em Montreal desde que comecei a busca no final do ano passado nem mesmo após ter passado a ser membro da Ordem.
Agora,depois de estar aquí,tenho sido procurado através do Linkedin,onde mantenho contato com alguns headhunters para alguma oportunidade futura.Mas até o presente momento,não tenho nada acertado.

Estou aquí desde maio e na empresa desde março deste ano num projeto que vai ate o fim de 2012. A minha parte(civíl)deverá acabar no fim de setembro.
Como disse meu vice presidente ,essa experiência por ser tão longe de Montreal, é como o purgatório para depois ir para um lugar melhor.
O fato é que fruto dos investimentos públicos e privados no norte da província temos tidos mais obras nessas regiões.
Essa semana saiu um artigo muito interessante no jornal daqui da região,o Nord - est,que promete aquecer ainda mais a região por conta do acordo assinado pelo Sr.Jean Charest e a Alouette(gigante do setor do alumínio),que escolheu essa região por conta da alta produção de energia(para quem não sabe essas empresas utilizam muita energia para produzir).

Vcs podem ler o artigo inteiro clicando AQUI.

Uma parte copio e colo pois fala dos nºs que resultarão dessa fase chamada de ''Fase III''.

Alouette s’engage dans une entente similaire à celle de la Phase II en 2005. La compagnie versera une contribution de 75 millions $ au Fonds du développement économique du Québec. Elle favorisera la création de 1000 emplois liés à la transformation et l’implantation d’un pavillon universitaire à Sept-Îles.

Alouette fêtera son 20e anniversaire en 2012. Elle engage 1000 personnes à Sept-Îles et dépense 340 millions de dollars annuellement sur la Côte-Nord. La Phase III ajoutera 300 emplois directs. L’entente avec Québec comprend le renouvellement des contrats énergétiques au Tarif préférentiel.

Tenho visto e conhecido profissionais imigrantes e jovens formados no Quebec obterem a primeira oportunidade nessas regiões.Tanto engenheiros como de outras áreas.
Via de regra os salários para esses profissionais são ligeiramente superiores ao que teriam em Montreal e região; mas nada que faça a ''alegria geral'' .
É realmente um ''abre portas'' . Um investimento profissional.
Eu e minha família,pesamos os prós e contras e aceitamos mais esse desafio.

Voltar a estudar ( seja universidade ou cursos específicos em instituições daqui, é sempre uma boa pedida ).

Reforço aqui o que já comentei antes . O caminho nao é fácil , mas não esta fechado.
É preciso , entre outras coisas , ter planejamento , perseverança , paciência e humildade para trilha-lo.

Para mim está sendo muito boa a experiência à nível profissional pois a obra é de porte significativo e trabalho no meio da natureza,o que me agrada muito.

Do ponto de vista prático,as horas fora de casa(13 horas e meia/dia),horas de estrada(em média 3hs/dia),preocupação gerada a família por essa rotina,tem sido desgastante.
( A partir de abril será pior pois teremos várias frentes de trabalho ao mesmo tempo , fins de semana e jornadas diárias até 19 ou 20hs para entregar a obra em tempo e aproveitando a época de calor ).

Mas como dissemos antes,não viemos aquí à passeio e estamos realizando nossos objetivos materiais e profissionais.
Pretendo após esse trabalho ter portas abertas para poder continuarmos nossas vidas próximos dos amigos queridos e com nossa filha de volta a rotina que deixou em Montreal.

Até,
Marcelo.


Um comentário:

  1. Pois é, Marcelo,
    O problema da primeira experiência na engenharia existe para todos, formados aqui ou nao.
    Temos que nos avaliar e saber muito bem em qual tipo de empresa podemos nos encaixar. No meu caso, nao tenho muito como fugir da área de pavimentos ou gestao. Cada um é cada um e cada dois é cada dois, parafraseando Vicente Matheus.
    No último Salon carrières do Réseau des ingénieurs que fui, em outubro, conversei com algumas empresas e uma em particular, a Cegertec, foi muito clara: «Topa ir para Sept-Îles?» Até a cidade de S-Î tinha um stand na feira!
    A concorrência nas grandes empresas é desleal para o nosso lado: todos os recém-formados querem ir para lá e o ambiente é muito mais especializado, com cada um no seu quadrado. O caminho me parece mais simples pelas PMEs, que, exatamente por serem muito menores, demandam profissionais mais polivalentes. O que é nossa fraqueza por um lado acaba sendo nossa força pelo outro. O duro é fazer contato com essas empresas já que a maioria das vagas estaria no mercado fechado.
    Perseverança continua sendo a palavra de ordem. Acho que os engenheiros brasileiros tem que se unir mais aqui no Québec, nao para fazer 5 à 7 (o que também nao é uma má ideia) mais para darmos suporte uns aos outros. Penso que você já viu a proposta que fiz na CBQ do Linkedin...
    Beijos a todos. Estamos nós aqui em Ste-Julie com muitas saudades.
    Que la force soit avec vous!
    Marcos

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